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Da Pobreza à Dignidade

Com estes apontamentos de síntese, visamos fazer uma breve digressão pelos momentos fundadores, mais relevantes da vida Instituição. Procuramos ir ao encontro das suas raízes, embora com documentação em déficit, impeditiva do desejado rigor, na tentativa de ilustração do seu trajeto solidário, enquanto espaço de resposta aos problemas sociais, na área do apoio assistencial à 3ª idade e da infância e juventude em situação de risco.

O 1º momento, em data desconhecida, inspira-se na escatologia cristã de um grupo de cidadãos aplica as receitas provenientes dos “Cantares das Janeiras”, na instituição da “Sopa dos Pobres”.

Tornara-se necessária a criação de um espaço para o seu acolhimento e nada melhor que parte do edifício do antigo colégio dos jesuítas para dar corpo a esse propósito. Trata-se de um imóvel do séc. XVII, considerado “o melhor edifício e mais ornamentado da Vila Nova de Portimão” que, em 1660, é mandado construir por Diogo Gonçalves, cavaleiro fidalgo da casa de sua majestade e, na Índia, capitão de guarda e vedor do vice-rei, Pedro da Silva, nascido em Portimão, em 1592, em cumprimento de uma promessa, que o destinaria a um colégio de jesuítas.

A “Sopa dos Pobres” é consignada à ala ocidental, ocupada, até aí, pelo teatro São Camilo de Léllis, cuja extinção tem lugar a partir de 1914. A instituição inspira-se na ideologia mutualista das antigas albergarias, hospitais e gafarias, remontando o seu movimento fundador ao século XIV, que tem como função ajudar os pobres, recolhe-lhos, alimentá-los e tratá-los.

A “Sopa”, passa, mais tarde, à denominação de “Asilo de Mendicidade de Portimão”, designação porventura inspirada nos ecos da política do Concelho Geral de Beneficência, levada a efeito, no século XIX, no reinado de D. Maria II. Este Concelho estipula a criação, a partir de 1836, de vários estabelecimentos públicos de assistência, denominados “Asilos de Mendicidade”, destinados a velhos e inválidos.

O 2º marco institucional regista-se, em 1932, a coberto da doutrina assistencial do Estado Novo, que consagra o seu estatuto como Instituição Particular de Assistência, pelo Governo Civil de Faro, por alvará de 4 de julho desse ano, como “Associação de Assistência à Mendicidade de Portimão”.
O asilo, com sede no rés-do-chão da ala ocidental do edifício do Colégio, era o espaço para onde convergiam, em situações precárias, inválidos, mendigos, doentes mentais, idosos, etc., carentes, funciona como espaço pouco elogioso de “caridade pública”.

O 3º marco histórico surge com o desabrochar da transformação de ideias e mentalidades, a partir de 1974, período em que emergem novas perspetivas de políticas sociais para a 3ª idade. É nesse contexto modernizador que, em dezembro de 1974, a instituição vê alterada a sua designação para “Centro de Apoio a Idosos de Portimão”, a conselho da Direção-geral de Assistência.

Instigada pelas reformas, um pouco por todo o país, a Direção da altura inicia, a partir de 1975, a construção de um novo equipamento – o Lar do Alto da Raminha-, ao mesmo tempo que, em 1977, expandindo o espaço instalado, através da ocupação do 1º andar do edifício do Colégio, a coberto do “auto de cedência” da sua ala ocidental, pela Direção-Geral do Património.

Em 25 de Abril de 1980, é inaugurada a estrutura residencial para idosos, no sítio da Raminha. Este empreendimento fica a dever-se ao apoio do Estado Social nas despesas da sua construção, ao empenho de um punhado de cidadãos portimonenses e da edilidade local, sob a presidência de Martim Gracias que, em conjunto com a família Tengarrinha, doam o terreno de implantação do Lar.

Em 1983, com o incremento da política de abertura de Centros de Dia, como modelo de atendimento às necessidades básicas e de promoção de relações interpessoais dos idosos, é levada a efeito, com o apoio do Centro Regional de Segurança Social do Algarve, a remodelação da ala ocidental do rés-de-chão do edifício do Colégio, originando o Centro de Dia São Camilo Léllis.

Como aproveitamento do corredor de serviço deste equipamento, é criada uma galeria de pintura, graças à doação de inúmeras obras de arte por artistas nacionais de renome, com exposição permanente ao público.
Em 1996, tem lugar a edificação do sonho da construção das vivendas unifamiliares Vilavó, um verdadeiro ex-libris da assistência aos idosos, no Algarve, e de que Portimão tanto se pode orgulhar.

A partir de 2002, aderindo a uma nova era de políticas sociais, a Instituição cria uma casa de acolhimento para crianças e adolescentes em risco – A Catraia, bem como aos Serviços de Apoio Domiciliário, o Centro comunitário “Porta Aberta”, no bairro da Cruz da Parteira, e a cooperação no projeto de luta contra a pobreza, no Barranco do Rodrigo, em parceria com a Câmara Municipal de Portimão e o Centro Regional de Segurança Social do Algarve, numa dinâmica secular que terá continuidade se a Instituição mantiver um exercício exemplar da sua função.

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